sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Carta Aberta

Carta Aberta
Publicado na Revista Adventista de Julho/2010

Felippe Amorim



Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração. II Cor. 3:2,3



A bíblia registra diversas metáforas a respeito da vida cristã. Sal da terra, luz do mundo, dentre outras. Uma destas metáforas é a relatada no texto acima. Podemos tirar muitas lições para nossa vida cristã quando pensamos em nós como a carta de Cristo ao mundo.

Quando escrevemos uma carta e endereçamos a alguém, ela se torna uma parte de nós que estamos deixando com a outra pessoa. Aquele pedaço de papel representa a pessoa que o enviou. Se a carta foi enviada para alguém desconhecido, tudo o que aquela pessoa saberá de nós é o correspondente ao conteúdo da carta.

Assim também acontece conosco em relação a Jesus. A bíblia nos diz que somos a carta de Cristo para a humanidade. Portanto, quando as pessoas nos “lerem” elas estarão aprendendo a respeito de Jesus e do cristianismo. A pergunta importante é: O que as pessoas estão “lendo” em nós? Quando estamos no nosso trabalho, o que mostramos às pessoas a respeito de Jesus e do cristianismo? E quando estamos na escola ou faculdade, que tipo de mensagens as nossas ações e palavras têm dado a respeito do Senhor?

A bíblia apresenta-nos a história de alguém que foi uma “boa carta” de Deus à humanidade. Onde este homem passava as pessoas o reconheciam como um homem de Deus. Estamos falando de Eliseu, o profeta que sucedeu Elias.

Um episódio muito significativo da vida deste profeta foi registrado na bíblia assim: “Sucedeu também certo dia que Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica que o reteve para comer; e todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer”.(II Reis 4:8) Esta mulher e sua família ficaram tão impressionados com a conduta de Eliseu que construiram um quarto e o mobiliaram especialmente para o profeta. Mas, o que impressionou tanto estas pessoas? Que características Eliseu possuia que fez uma família rica admirar tanto o profeta? A bíblia responde: “E ela disse a seu marido: Tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus. Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto sobre o muro; e ponhamos-lhe ali uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, quando ele vier a nós se recolherá ali”. (II Reis 4:9,10)

“Um santo homem de Deus”. Esta foi a característica que fez de Eliseu tão atrativo a esta família. Eis um método missionário excelente: uma vida que prega sem proferirir uma só palavra.

Muitos têm se preocupado com quais métodos utilizar para que o evangelho seja pregado aos ricos. A história de Eliseu nos dá uma direção infalível. Uma vida consagrada a Deus pode impressionar vidas e levá-las para mais perto de Jesus. Como diz Ellen White: Em cada esforço para alcançar as mais altas classes, o obreiro de Deus necessita de forte fé. As aparências podem parecer desoladoras, mas na hora mais escura há luz do alto. A força dos que amam a Deus e a Ele servem será renovada cada dia. A mente do infinito está posta a seu serviço, para que ao executarem Seu propósito não cometam erro.(White, 1986. P.242)

Precisamos nos preocupar com o tipo de testemunho que temos dado a respeito da religião que professamos. As palavras que proferimos, as comidas que comemos, as músicas que cantamos e ouvimos, os lugares que frequentamos, tudo isso mostra o quão comprometidos com o evangelho de Jesus nós somos. Pois, “muitos há, cujos nomes estão nos livros da igreja, mas não sob o governo de Cristo. Não Lhe ouvem as instruções, nem fazem Sua obra. Por isto estão sob o domínio do inimigo. Não fazem positivamente bem, por isto produzem dano incalculável. Por sua influência não ser cheiro de vida para vida, é cheiro de morte para morte(White . PJ 304). Temos sido cartas que levam mensagens de vida ou de morte?

Não existe meio termo nesta questão “ou somos coobreiros de Cristo, ou coobreiros do inimigo. Ou ajuntamos com Cristo ou espalhamos.Ou somo cristãos decididos, de todo coração, ou nada somos(White, CPI. 41). Que possamos pedir todos os dias que a graça de Cristo nos santifique a tal ponto que as pessoas possam ver Cristo em nós.





Bibliografia



WHITE, Ellen G. Conselhos para a igreja. Tatuí – SP: Casa Publicadora Brasileira,2007

WHITE, Ellen G. Párabolas de Jesus. 14ª edição (eletrônica).Tatuí – SP: Casa Publicadora Brasileira,

WHITE, Ellen G.. Atos dos Apóstolos. Tatuí – SP . Casa Publicadora Brasileira, 1986