terça-feira, 8 de março de 2011

Menos Luxo, Mais Educação.



As decisões dos pais nos primeiros anos de vida dos filhos determinará o destino eterno deles.

Felippe Amorim




Sem dúvida a escola tem um papel fundamental na formação de uma pessoa. Os pais cristãos devem ser muito criteriosos quando forem escolher a escola dos filhos. Deus estabeleceu a Escola Adventista para que os filhos dos adventistas pudessem ter uma educação integral. Este é o plano de Deus para os filhos do povo remanescente.

Mas, infelizmente, Satanás sempre procura desvirtuar aquilo que Deus estabelece como benefício. Atualmente, os pais têm delegado à escola uma função que é deles primordialmente. A primeira educação de uma criança deve ser dada em casa pelos pais.

É lamentável que a vontade de ganhar dinheiro, de ostentar carros e casas bonitas e luxuosas esteja transformando pais em meros reprodutores e fornecedores de alimentos e roupas. São palavras fortes, mas, infelizmente, é isso o que tem acontecido. Os pais têm se preocupado tanto em garantir que seus filhos tenham as melhores coisas que o dinheiro pode oferecer que se esquecem de dar aquilo que o dinheiro não pode oferecer: formação moral, ou seja, a verdadeira educação.

As grandes verdades da providência de Deus e da vida futura gravavam-se na mente juvenil (Patriarcas e profetas, 592). Nesta fase da vida da criança os pais deveriam dedicar-se mais aos filhos, pois a negligência deste trabalho pode ter sérias consequências para o futuro deles.

Na Bíblia, encontramos muitos exemplos de pais que dedicaram tempo para a educação de seus filhos e viram como isso resultou em grandes homens que contribuíram muito para o crescimento social e espiritual de suas comunidades.

Joquebede e Ana não mediram esforços para dar aos seus filhos o melhor que elas poderiam oferecer: uma boa e sólida educação. A mãe de Moisés arriscou a própria vida ao proteger a vida de seu pequeno. E quando recebeu de Deus a oportunidade de educar Moisés não perdeu tempo. Doze anos de educação deram um rumo bem definido para os próximos 108 anos de seu filho e finalmente o colocaram no caminho para o céu.

Ana, por sua vez, não poupou esforços para criar seu filho no caminho de Deus. Quando o pequeno Samuel foi entregue a Eli para morar no templo ainda era muito novo, mas a educação que recebeu de sua mãe no lar foi determinante para um duradouro e profícuo ministério de muitos anos.

“A responsabilidade repousa especialmente sobre a mãe. Ela, de cujo sangue a criança se nutre e se forma fisicamente, comunica-lhe também influências mentais e espirituais que tendem a formar-lhe a mente e o caráter. Foi Joquebede, a hebreia que, fervorosa na fé, não temeu o "mandamento do rei" (Heb. 11:23), a mãe de Moisés, libertador de Israel. Foi Ana, a mulher de oração e espírito abnegado, inspirada pelo Céu, que deu à luz Samuel, a criança divinamente instruída, juiz incorruptível, fundador das escolas sagradas de Israel”. (A Ciência do Bom Viver, pág. 372.)

Os pais de Davi nos deram outro exemplo de como os pais, quando dedicados a Deus e à educação dos filhos, podem formar grandes líderes.

Davi logo após atingir a juventude saiu de sua casa para exercer as funções para as quais o Senhor o chamara. A vitória sobre Golias, o respeito a um rei que tentou mata-lo várias vezes, a habilidade com os instrumentos musicais, tudo isso nos indica que os pais de Davi se dedicaram à educação de seu filho mais do que ao luxo que poderiam oferecê-lo. Aliás, na criação de Davi, temos uma lição que os pais do século XXI precisam aprender. Os líderes da igreja precisam ser respeitados, mas as crianças apenas o farão se aprenderem isso com seus pais. Infelizmente, muitos pais têm destruído o amor de seus filhos pela igreja aos falarem mal dos pastores e anciãos na frente dos filhos durante o almoço ou em outros momentos.

Daniel é outro excelente exemplo de como uma família que prioriza a educação dos filhos pode ajudar em suas decisões da juventude e da vida adulta. Em Daniel 1:8 lemos: “e decidiu Daniel, firmemente, não se contaminar com as iguarias do rei...” Provavelmente, neste episódio, Daniel tinha aproximadamente 18 anos. Um jovem que mesmo diante da possibilidade de perder a oportunidadede estudar na melhor universidade do mundo (Universidade da Babilônia), de ter fama e influência política e social, não cedeu em questão de princípios.

“Daniel e seus companheiros tinham sido educados por seus pais nos hábitos da estrita temperança. Tinham sido ensinados que Deus lhes pediria contas de suas faculdades, e que jamais deveriam diminuí-las ou enfraquecê-las. Esta educação fora para Daniel e seus companheiros o meio de sua preservação entre as desmoralizantes influências da corte de Babilônia. Fortes eram as tentações que os rodeavam nessa corte corrupta e luxuosa, mas eles permaneceram incontaminados. Nenhuma força, nenhuma influência poderia afastá-los dos princípios que tinham aprendido no limiar da vida mediante estudo da Palavra e obras de Deus”. (Profetas e Reis, 482)

Não poderíamos deixar o nosso Senhor Jesus Cristo de fora desta lista. Apesar de ser Deus em sua essência, Jesus aprendeu muitas lições de sua mãe, que certamente foi escolhida porque seria a melhor mãe que Jesus poderia ter. “Com profunda solicitude observava a mãe de Jesus o desenvolvimento das faculdades da Criança, e contemplava o cunho de perfeição em Seu caráter. Era com deleite que procurava animar aquele espírito inteligente, de fácil apreensão. Por meio do Espírito Santo recebia sabedoria para cooperar com os instrumentos celestiais, no desenvolvimento dessa Criança que só tinha a Deus por Pai” (Desejado de Todas as Nações, 69).

Ainda podemos listar Timóteo que se tornou um grande pastor da igreja primitiva. Sobre ele, Paulo declara: “trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti”(2 Tm 1:5) e “que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela que há em Cristo Jesus”.(2 Tm 3:15). Timóteo recebeu de sua mãe e sua avó uma educação tal que Deus o escolheu para ser um pastor de Seu rebanho.

A Bíblia também nos apresenta um exemplo negativo. Ló, quando decidiu descer para Sodoma, deu início à destruição de sua família. O fim de sua vida foi dentro de uma caverna com duas filhas ímpias que geraram, dele mesmo, duas gerações extremamente corruptas, moabitas e amonitas (Gn19:30). Ló deu tudo o que o dinheiro poderia oferecer para seus filhos, mas deixou de fora o essencial, a verdadeira educação, aquela que ensina Deus e Sua moral para as crianças.

Ellen White comenta: “Semelhantes a Ló, muitos vêem seus filhos na perdição, e apenas conseguem salvar sua própria alma. Perde-se o trabalho de sua vida; esta é um triste malogro. Se tivessem exercido verdadeira sabedoria, seus filhos poderiam ter tido menos prosperidade mundana, mas ter-se-iam assegurado um título à herança imortal. (Patriarcas e Profetas, 169)

No final dos tempos, no dia da volta de Jesus, estas duas listas se completarão. A primeira é a lista dos filhos que receberam uma educação de qualidade, que tiveram pais que se preocuparam mais em seus filhos possuírem princípios divinos do que luxo. A outra lista será daqueles que tiveram pais que se preocuparam mais em dar aos filhos os últimos lançamentos em jogos eletrônicos, roupas, celulares e computadores, mas esqueceram de dar a única coisa que garantiria a vida eterna para seus filhos: Jesus.

No que diz respeito à criação de seus filhos, quais tem sido as suas prioridades? Você tem passado tanto tempo no trabalho que não tem condições de estudar a Bíblia com seu filho? Ou para você tem sido mais importante ter um filho que crescerá firme no caminho de Deus, mesmo que isso signifique que você não poderá ter o carro dos seus sonhos?

A resposta a estas perguntas determinará o destino terrestre do seu filho e também o seu destino eterno.

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