sábado, 26 de novembro de 2011

NÃO QUERO ESSE CRISTO

Pr. Vinícius Mendes


 
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível os escolhidos.” Mt. 24:24

O cristianismo é uma religião composta por seguidores de Cristo. Dessa forma, ser cristão implica imitar a Cristo. Mas existe o Cristo verdadeiro e os cristos falsos. Se existem falsos cristos, presume-se, então, que existem falsos cristãos.

Para sermos cristãos verdadeiros, precisamos conhecer o verdadeiro Cristo, segui-Lo a fim de não sermos confundidos com as falsificações que existem por aí. A pergunta que surge, portanto, é: como é o Jesus da Bíblia? Como a Palavra de Deus O descreve? Para isso, vamos recorrer ao que Ele disse a respeito de Si mesmo em Nazaré, onde, por conta de Sua autodescrição, foi terrivelmente rejeitado.

O ministério de Jesus tinha se iniciado a pouco tempo. Ele havia passado em Cafarnaum e feito muitos milagres, criando muita expectativa e euforia. “Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e Sua fama corria por toda a circunvizinhança. E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos.” (Lc. 4:14)

Quando chegou a Nazaré, portanto, a expectativa era muito grande e o povo esperava que Ele fizesse na terra em que fora criado, os milagres que eles ouviram falar. Através de uma apresentação miraculosa, os nazarenos esperavam que Jesus provasse ser o messias esperado. No entanto, Jesus descreve-Se como messias, usando apenas as Escrituras, sem usar curas e milagres.

Um Cristo bíblico


Na sinagoga de Nazaré, Jesus foi convidado para pregar. “Então lhe deram o livro do profeta Isaías e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos,e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc. 4:18-19).

Jesus não Se utilizou de nenhum milagre para evidenciar Sua missão. Ele apenas recorreu a uma profecia messiânica que descrevia Sua obra. Assim é o verdadeiro Cristo: bíblico. Sua identidade é oriunda das Escrituras. O verdadeiro Cristo só pode ser conhecido por meio da Bíblia. Assim, cristianismo que não se baseia integralmente na Palavra de Deus não é um cristianismo verdadeiro. Se o cristo for falso, naturalmente, os cristãos também o serão. Gosto da frase que ouvi certa vez de um pastor: “Não acredito em cristão que não lê a Bíblia.” O mundo está cheio de cristãos falsos, que seguem uma deformada caricatura de Cristo. Existem cristos para todos os gostos. O que tem predominado em nossos dias é o cristo adequado ao capitalismo, ou seja, um cristo para consumistas. Falsos cristãos recorrem a esse falso cristo para terem suas necessidades materiais saciadas. Não estão em busca da salvação e da transformação que o evangelho produz. Desejam prosperar materialmente, desejam curas para suas moléstias e usar esse tal cristo para tudo aquilo que necessitam. Depois que usam, guardam seu objeto “tecnológico” mágico para necessidades futuras. E se percebem que não precisam mais dele, descartam-no, como fazem com seus aparelhos tecnológicos ultrapassados.

O Cristo verdadeiro é o Cristo da Bíblia. Sem a Palavra de Deus, surge uma patética imagem de um cristo complacente e sem compromisso com a verdade. Cristãos falsos não estudam a Bíblia. Estão na igreja, mas dedicam seu tempo para tudo, menos à Palavra de Deus. Podem falar com desenvoltura sobre filmes, novelas e esportes em geral, porém se forem solicitados para discorrerem sobre o evangelho, não se sentem preparados e terceirizam essa atividade para a “mão de obra especializada”: pastores e líderes.

Um Cristo cheio do Espírito



Utilizando Isaías 61, Cristo diz a respeito de Si mesmo: “O Espírito do Senhor está sobre mim.” Essa primeira característica aponta para um tema muito relevante para o cristianismo atual: a atuação do Espírito Santo. A operação de falsos cristos pressupõe a atuação de um falso espírito santo. O culto místico ao Espírito Santo, que temos visto em nossos dias super-enfatiza a competência sensorial e miraculosa do Espírito Santo. Evidencia-se, nesses cultos, a presença e atuação do suposto Espírito Santo por meio de manifestações extáticas, choro e sinais milagrosos. Essa é uma falsificação do Espírito Santo. O próprio Espírito Santo adverte através do apóstolo Paulo a respeito das falsificações que temos visto hoje em dia: “Ora o Espírito afirma expressamente que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (I Tim. 4:1-2).

Jesus apresenta a verdadeira natureza do Espírito Santo, a qual é muito diversa da que temos presenciado em nossos dias. Jesus diz que o “Espírito do Senhor” estava sobre Ele. O verdadeiro Espírito Santo transforma a vida do verdadeiro cristão, fazendo que a Palavra impregne a vida do crente. Ele não é uma espécie de gênio da lâmpada para satisfazer desejos, produzindo sensações emocionais e sensuais, como temos visto em nossos dias.

Cristo disse que o Espírito que estava sobre Ele o compelia a evangelizar os pobres. O verdadeiro Cristo, movido pelo verdadeiro Espírito não esperava enriquecer às custas da ingenuidades das pessoas. Pelo contrário, Ele veio para dar e não para receber. A preocupação do verdadeiro Cristo é em abençoar as pessoas. Falsos cristãos são egoístas; só pensam em si mesmos. Seguem um cristo ávido por dinheiro, ou seja, um cristo financista e egoísta. O suposto serviço que esse tal cristo oferece, como um bem capitalista, precisa ser pago e muito bem pago, por sinal. Essa é uma religião que não se preocupa sinceramente com as pessoas. Só se elas tiverem como pagar por isso. Tal teologia, (se é que podemos chamar uma aberração assim de teologia) é totalmente contrária ao evangelho bíblico, que se resume em Deus oferecendo gratuitamente a salvação.

É por isso que o mundo está cheio de falsos cristãos, pois seguem essa caricatura capitalista de um cristo pecuniário. Esse não é o verdadeiro Cristo. Os que seguem o Cristo da Bíblia são sensíveis às necessidades reais das pessoas e não fecham os olhos ao sofrimento alheio. Renunciam a prazeres para que o faminto seja alimentado e o nu seja vestido. O verdadeiro cristão reflete a imagem de amor ativo que é vista no Cristo bíblico. O restante da descrição que Cristo faz de Si mesmo usando Isaías 61 vai na mesma direção, acrescentando que o evangelho que Ele tem para pregar é um evangelho de liberdade e que não escolhe pessoas por conta de sua classe social, gênero, cultura ou moralidade. É um evangelho universal que ama o pecador e deseja transformá-lo.

Um Cristo altruísta



“Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc. 4:21). O verdadeiro Cristo apresenta-se através de um texto bíblico. Sua identidade estava profeticamente prevista nas Escrituras Sagradas e Ele, sem titubear, a assume. Verdadeiros cristãos leem a Bíblia e esta, invariavelmente, apresenta-lhes a mesma missão do verdadeiro Cristo. Disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque vou para junto do Pai”(Jo. 14:12). Assim, os verdadeiros cristãos, não se eximem de sua missão. Chamam a responsabilidade para si. Não ficam esperando que outros façam aquilo que é sua legítima responsabilidade. Não jogam sobre a instituição a responsabilidade que lhes pesa nos ombros. Não dizem: “que bom que temos a ADRA para cuidar dos que necessitam! Eu não preciso ajudar”. Ou então: “minha parte eu já fiz, devolvendo meu dízimo e minhas ofertas.” Os verdadeiros cristãos perguntam, movidos por uma sensível compreensão da graça de Deus: “O que podemos fazer mais por Cristo e pelo próximo?”

Porém, esse tipo de cristianismo não é popular. Infelizmente não é esse o cristo que tem arrebatado multidões. Não é esse que está em camisas de atletas e cantado em irreverentes canções. Trata-se de um cristo relativo e indefinido. Um cristo multifacetado que serve aos gostos mais excêntricos possíveis. Um cristo descomprometido com o amor prático, um cristo preocupado com a prosperidade financeira de seus fiéis e sem nenhum compromisso com a verdade bíblica. Esse é um cristo que emociona multidões, mas não transforma suas vidas. Está na boca de artistas, que visam lucro com a popularidade desse nome. Esse cristo despudoradamente compartilha o coração de pessoas com outros deuses, como o dinheiro, a fama e sexo ilícito. Eu não quero esse cristo!

Um Cristo rejeitado



O verdadeiro Cristo, no entanto, tem sido rejeitado como foi em Nazaré. Na cidade em que foi criado, depois de Se descrever, Jesus ouviu: “Não é este o filho de José?” (Lc. 4:22). Naquela ocasião, os nazarenos só estavam dispostos a crer que Jesus era de fato o messias mediante a operação de milagres. Ao perguntarem sobre a paternidade humana de Jesus, estavam querendo, na verdade, defini-Lo como apenas humano, negando Sua divindade. Só creriam nEle, como messias, se Ele desse sinais comprobatórios. Só que eles desconheciam que os milagres que Cristo operava eram em resposta à fé daqueles que eram beneficiados e não o contrário como supunham. Falsos cristãos, seguem um cristo midiático, propagandeado como milagreiro. Para esse cristo, estão dispostos a dar vultosas quantias financeiras em troca de benefícios temporais. Para eles, o cristianismo verdadeiro não é atraente, não sentem poder nessa religião. A religião verdadeira, para esse grupo de pessoas, precisa atender suas necessidades temporais. Desconhecem que “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Infelizmente, para muitos essa não é a religião divina. Como os nazarenos, relacionam o verdadeiro cristianismo bíblico a algo estritamente humano. Esses são falsos cristãos porque seguem um cristo falso.

Para refutar a premissa dos nazarenos que tinham uma visão deturpada da obra do messias, Cristo citou dois exemplos do Antigo Testamento, aumentando a perplexidade de Sua audiência e irando Seus ouvintes. Ele mencionou a fé da viúva de Sarepta que creu na palavra do profeta Elias, servindo seu último prato de comida para o homem de Deus, sendo milagrosamente abençoada após seu ato de fé (Lc. 4:26). Jesus mencionou também o exemplo de Naamã, o siro, que creu na palavra do profeta Eliseu, que lhe indicou banhar-se no rio Jordão sete vezes para ser curado da lepra (Lc. 4:27). Nos dois casos que Jesus citou, os dois beneficiados primeiro exerceram fé para depois serem abençoados. Tanto no primeiro caso como no segundo, aparecem pessoas estrangeiras, alheias ao povo de Israel. Com isso, Jesus estava ensinando que a benção da salvação não é exclusiva a um grupo. Ela está disponível a “todo aquele que nEle crê” (Jo. 3:16).

Esses dois exemplos foram a gota d’água para aqueles nazarenos. Com essas citações, Cristo deixou claro para eles que Sua obra de salvação tinha como premissa básica a fé e não a nacionalidade israelita, como eles imaginavam. Cristo estava estendendo as fronteiras da salvação para todos os povos e, em seu ilegítimo exclusivismo nacional, eles não podiam aceitar isso. Rejeitando a Jesus, estavam dizendo: “Não queremos esse Cristo!”

“E, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada a cidade, para de lá o precipitarem abaixo”(Lc.4:29). O Cristo verdadeiro não é popular. Muitos O querem morto. Foi assim em Nazaré, foi assim em Jerusalém no ano 31, é assim no século 21. “Ele, porém, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho”(Lc. 4:30). Os anjos de Deus protegeram o verdadeiro Cristo, retirando-O daquelas mãos assassinas.Embora os verdadeiros cristãos não sejam populares, podem contar com a proteção dos anjos de Deus em benefício do cumprimento da missão evangélica.

O verdadeiro Cristo foi pendurado na cruz, mas a morte não pode retê-Lo. Verdadeiros cristãos não têm diante de si uma realidade diferente. No entanto, da mesma forma como o verdadeiro Cristo é eterno e reina pelos séculos dos séculos, os verdadeiros cristãos reinarão com Seu Senhor para sempre. Eu quero esse Cristo!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Para quem é o céu?
Felippe Amorim

 
Introdução



Há algumas coisas que para nós estão além da imaginação e por isso muitas versões são contadas a respeito. Uma delas é o céu. Todos já ouvimos falar dele, mas não temos como descrevê-lo com total certeza.

Como você imagina o céu? Alguns o imaginam como um lugar onde as pessoas ficarão sentadas sobre as nuvens tocando harpa pelos séculos dos séculos. Gosto muito de música, mas se o céu fosse apenas isso seria muito monótono.

Ouras pessoas imaginam o céu como aquele lugar onde todos se vestem de branco e as pessoas andam de um lado para o outro em meio aos animais, como se estivessem em câmera lenta.

A Bíblia nos dá um vislumbre do que será o céu, mesmo assim o apóstolo Paulo precisou concluir que: “as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”. (I Coríntios 2:9)

Muito melhor

O apóstolo João teve uma visão do céu e tentou, com o limitado vocabulário humano, descrever o que viu. No capítulo 21 de apocalipse ele pinta um lindo quadro.

A cidade era tão linda que ele disse ser semelhante a uma “pedra muito preciosa” (v.10). Os muros eram compostos por doze portas, e em cada uma delas tinha o nome de uma das tribos de Israel (v.11). Ainda descrevendo o muro ele diz que nos fundamentos estavam escritos os nomes dos apóstolos (v.14).

O tamanho da cidade é outra coisa impressionante. Na conta de João a cidade media 12 mil estádios de cada lado (2220 km: largura, comprimento e altura - v.16) e o muro tinha 144 côvados de espessura (65m - v.17).

O material da cidade é muito precioso. Os muros são de jaspe e a cidade de ouro transparente (v.18). Nos fundamentos do muro se encontram diversas pedras preciosas (v.19 e 20). As portas são cada uma de uma pérola única (v.21) e a luz da cidade é a glória de Deus (v.23).

Sem dúvida é uma descrição maravilhosa. O apóstolo Paulo também teve a oportunidade de ver o terceiro céu, onde está a cidade de Deus. Ele conta esta experiência em terceira pessoa em II Coríntios 12:2 e em I Coríntios 2:9, utilizando o texto de Isaias 64:4, ele diz que é muito melhor do que ele conseguiria descrever.

É melhor do que qualquer paisagem que o olho humano já tenha visto, melhor que qualquer quadro já pintado. É mais lindo que qualquer descrição feita aos ouvidos humanos, inclusive a de João no Apocalipse, melhor que qualquer poesia ou canção já compostas a respeito do céu. É tão sublime que nem nos melhores sonhos chegou à mente humana.

Através deste verso, Paulo nos ajuda a entender que o que Deus preparou para nós é simplesmente indescritível na linguagem humana.

Deus preparou

Quando amamos muito alguém, buscamos preparar para ela o melhor que nós temos. É por isso que Jesus falou: não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (Jo. 14:1-3)

Algumas traduções deste verso dizem que na casa do pai há muito quartos. Esta é uma boa ideia a respeito das mansões celestiais. Todos os salvos morarão de forma igualitária. Não haverá desigualdade social, distinção de classes ou cor da pele. Todos terão igualmente um quarto na casa do Pai.

É a prova de que somos muito amados por Jesus. Ele foi preparar coisas tão maravilhosas que, mesmo inspirado por Deus, o apóstolo Paulo não conseguiu descrever. Isso tudo nos será entregue na segunda vinda de Cristo. Portanto, muito em breve.

Para quem são as coisas que Deus preparou?

O verso inicial de nossa reflexão tem um detalhe para o qual devemos dar bastante atenção. As coisas que olhos não viram, ouvidos não ouviram e não subiram ao coração humano, foram preparadas “para os que O amam”.

Este trecho do verso não pode passar despercebido. O céu não é para os que Jesus ama. Circula no meio teológico uma falsa doutrina chamada universalismo. Segundo ela, o amor de Jesus é tão grande que no dia do juízo final salvará a todas as pessoas da terra, pois, “Jesus não deixará seus filhos se perderem por causa de pecados”, dizem.

Mas essa não é a realidade bíblica. Jesus ama a todos. Ele ama os ladrões, ama os pedófilos, ama os estupradores, ama os homossexuais, ama os mentirosos, ama os desobedientes, ama os homicidas, mas deixou bem claro em apocalipse 21:8 que estes estarão fora do céu. Todos os que estarão no céu serão amados por Jesus, mas nem todos que são amados por Jesus estarão no céu. O apóstolo Paulo deixou claro que o céu é para os que amam a Jesus.

João, o discípulo amado, escreveu que “nós amamos porque ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Não é mérito nosso amar a Jesus, apenas respondemos ao amor que dispensou para conosco. “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele (1 João 4:9). Nosso amor se baseia no amor de Jesus, que foi demonstrado primeiro.

Infelizmente, hoje o amor virou um sentimento banalizado. Um casal de namorados com alguns dias de namoro já estão usando a expressão “eu amo você”. Nos filmes e novelas, qualquer relacionamento descompromissado usa a palavra amor. Perdeu-se parcialmente o real significado da palavra amor.

Jesus, no entanto, demonstrou o que é o verdadeiro amor. É mais que um sentimento, amor é obra. Jesus demonstrou seu amor através da obra de morrer em nosso lugar e pede que nosso amor por Ele seja demonstrado também através de obras. O Mestre disse: Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos (João 14:15). A obediência é a prova de amor a Deus. Nas palavras daquele que é conhecido por ser muito amoroso temos mais uma confirmação de que amar a Jesus é mais que um sentimento: Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou (1 João 2:3-6).

Conhecer a Deus é obedecê-lo e a obediência mostra que o amor de Deus foi aperfeiçoado em nós. Imagine um casal que vive dizendo um para o outro a frase: “eu amo você”, mas um vive fazendo exatamente o contrário do que o outro pede. Não há amor verdadeiro nesta relação. Da mesma forma devemos proceder para com Deus. Provaremos que o amamos quando estivermos dispostos a obedecê-lo.

Essa é a mensagem central do nosso verso inicial. De nada adianta sabermos que Jesus preparou um lugar indescritível para nós, se não o amamos de todo nosso coração e demonstramos isso em nossas atitudes. O céu é maravilhoso, mas pertence apenas àqueles que amam a Deus.

Enquanto não temos a oportunidade de ver o céu, podemos nos deliciar com as descrições inspiradas que encontramos na palavra de Deus: “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que dá doze colheitas, dando fruto todos os meses. As folhas da árvore servem para a cura das nações. Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão. Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas. Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre”. (Apocalipse 22:1-5)

Será um lugar maravilhoso e o preço da nossa entrada já foi pago por Jesus na cruz do calvário, nossa parte é amar do todo nosso coração àquele que nos amou primeiro. Diante de tudo que Jesus fez por nós, isso é muito fácil. Ame o Senhor!



terça-feira, 15 de novembro de 2011


É lógico crer em Deus?
Felippe Amorim



Introdução:



É comum, nos espaços acadêmicos seculares, ouvirmos pessoas argumentando contra a existência de Deus. Alguns querem impor a ideia de que é mais “intelectual” descrer da existência do Senhor. O ateísmo cresceu muito desde o século XVIII quando explodiram as teorias iluministas. Com o surgimento do evolucionismo no século XIX o sentimento “anti-Deus” se tornou cada vez mais forte.

Nos últimos anos temos escutado com cada vez maior frequência versões diversas da teoria da evolução. A indústria cinematográfica sempre reforça estas teorias lançando algum produto que faz apologia a estas ideias e, até alguns que se dizem cristãos estão aderindo a uma versão do evolucionismo chamada de “evolucionismo-teísta”.

Há uma intencional tendência de ligar os cientistas ao ateísmo, e alguns chegam a afirmar que a ciência e a religião são incompatíveis.

Antes de avançarmos, é útil que pensemos um pouco sobre esta dita ciência. Não todos, mas uma boa parte dos cientistas são bastante incoerentes. Uma das premissas mais defendidas por eles é a característica da ciência de discutir diversas hipóteses e especulações. Porém quando chega a hora de considerarem a possibilidade da existência de Deus, eles não admitem entrar nesta discussão, ou seja, não há na ciência secular esta universalidade de possibilidade de discussão que eles tanto apresentam.

Um pensador ateu chamado D. Barker falou a seguinte frase: “Sou ateu porque não há evidência para a existência de Deus. Isso deve ser tudo que se precisa dizer sobre isso: sem evidência, sem crença”. Será que ele estava certo? Realmente não existem evidências da existência de Deus?

Nem todos os cientistas são ateus



Um primeiro ponto importante é sabermos que nem todos os cientistas são ateus. Muitos estudiosos do passado e do presente creem em Deus.

Os pais da ciência, por exemplo, criam em Deus como muitos cristãos de hoje. Isaac Newton, o grande estudioso da lei da gravidade era um cristão fervoroso. Além de suas influentes “Leis da física” que são a base da engenharia moderna, ele também escreveu sobre religião. Em seu livro “Princípia” escreveu: “este maravilhoso sistema composto pelo sol, planetas e cometas só poderia ter surgido a partir do conselho e domínio de um ser poderoso e inteligente”. Newton escreveu sobre religião tanto quanto escreveu sobre ciência. Em sua bibliografia estão livros sobre as profecias de Daniel e Apocalipse, por exemplo.

Outro pai da ciência que se mostrou crente em Deus foi Johannes Kepler (1571-1630). Enquanto demonstrava os movimentos dos planetas em torno do sol em padrão oval e não circular, também estudava a respeito do Deus criador, a ponto de dizer que queria encontrar na natureza “harmonias matemáticas da mente do criador”.

Podemos citar ainda Blaise Pascal (1623-1662) que lançou as bases da teoria da probabilidade matemática. Ele dizia que “o curso de todas as coisas deve ter como objetivo o estabelecimento e a grandeza da religião”.

Mas não são apenas os cientistas de séculos longínquos que tinham esta crença. Uma pesquisa realizada em 1996 nos EUA envolvendo mil pessoas do dicionário Biográfico “American Men and Women of Science”, constatou um dado interessante. 40% dos cientistas pesquisados afirmaram: “Eu creio em um Deus que se comunica com a humanidade de maneira intelectual e afetiva, ou seja, um Deus a quem podemos orar com a expectativa de obter uma resposta. Por “resposta” quero dizer mais do que o efeito psicológico e subjetivo da oração ”. É um número bastante expressivo e que nos mostra que no meio científico também há espaço para a fé em Deus.

Evidências Na natureza



Nossa crença em Deus não está totalmente baseada em uma fé cega. Quando olhamos para a natureza, facilmente podemos perceber as evidências de um criador que a projetou. Listarei apenas alguns exemplos:



1. Estrelas: O Físico Freeman Dyson afirma que se a distância entre as estrelas fosse dez vezes menor, haveria a forte probabilidade delas se aproximarem do nosso sistema solar e atrapalhar as órbitas dos planetas.

2. Matéria: Se a massa do próton fosse diferente em apenas uma parte em mil, não haveria átomos ou elementos e consequentemente não haveria nada.

3. Sol: Se o sol estivesse apenas 5% mais próximo ou 1% mais distante da terra, isso eliminaria toda a vida do nosso planeta.

4. Força nuclear forte: Se essa força fosse 2% mais forte, nós não teríamos hidrogênio e, consequentemente, nem sol, nem água, nem vida. Se fosse 5% mais fraca, teríamos apenas hidrogênio e nada mais .

5. O nível de Dióxido de Carbono (CO2): Se o nível fosse maior do que o atual, teríamos um efeito estufa que queimaria a todos. Se fosse menor as plantas não conseguiriam fazer a fotossíntese.

6. Gravidade: Se fosse alterada em 10-37 % (0,00000000000000000000000000000000000001 %), o sol não existiria.

7. Nunca nenhum cientista conseguiu dar vida a nada. Já deveriam ter concluído que vida somente pode ser dada por Deus.

Sem dúvida, nestes exemplos da natureza há uma precisão impressionante e fica difícil crer que tudo isso aconteceu como obra do acaso. É tão difícil quanto crer que da explosão de uma fábrica de papel surgiu uma linda biblioteca com muitos volumes organizados por assunto e por tamanho.

A Força do Criador



Alguns olham para estas evidências e tentam atribuí-las aos acaso. É certo que, no final, tudo é uma questão de escolha. Alguns escolhem não crer em Deus. Mas, com um mínimo de sensibilidade espiritual, ligaremos todas estas características da natureza a Gênesis. 1:1-31. Lá encontramos a descrição de como todas as coisas se formaram e de como nosso Senhor teve carinho em criar todas as condições para nosso conforto.

Neste trecho das escrituras podemos perceber que através de Sua palavra Deus criou tudo. Apenas um “disse Deus” foi suficiente para que tudo se formasse. Não temos porque não crer na existência desse Deus tão poderoso.

Mas, o relato da criação contem outra mensagem embutida. Deus criou tudo através de Sua palavra e esta palavra que criou, ainda tem poder de criar e recriar. Em hebreus lemos: Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4:12).

Esta é uma das maiores evidências da existência de Deus e do poder de sua palavra: a capacidade que a palavra de Deus tem de transformar vidas. Quantos bêbados se tornaram homens sóbrios e responsáveis. Quantas vidas dominadas pelas drogas foram libertas. Várias famílias desfeitas foram restauradas, muitas vidas infelizes e vazias foram preenchidas com a felicidade vinda do céu.

Tenha total certeza da existência de Deus e tenha mais certeza ainda que Ele ama você e através de sua palavra quer te dar felicidade eterna. Apenas creia!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fidelidade a toda prova


Felippe Amorim


Introdução

Dentre as figuras que marcaram o triste cenário da segunda guerra mundial, destacam-se os pilotos japoneses conhecidos como Kamikazes. Eles partiam de suas bases com os aviões carregados de munição e com uma certeza no coração: nunca mais retornariam para casa.

Após descarregarem toda a munição contra seus inimigos, os pilotos Kamikazes apontavam os próprios aviões em direção ao alvo e faziam um mergulho mortal com a intenção de destruir o máximo possível de bases militares, navios ou qualquer outro equipamento de guerra do inimigo.

Conta-se a história de um desses pilotos que antes de atingir um porta-aviões americano teve o avião abatido e ao cai no mar sobreviveu. Ele ficou muito triste porque não conseguiu dar a sua vida nesta missão que ele considerava tão nobre.

Embora os motivos destas ações suicidas sejam passíveis de discussão, sem dúvida estas histórias são de extrema coragem e amor por uma causa. Estes pilotos não temiam dar a própria vida por aquilo que acreditavam.

Na Bíblia encontramos uma história de muita coragem e amor pela causa de Deus e que deve motivar cada cristão a repensar a sua vida e o quanto têm se entregado à causa do evangelho.

Em Daniel 3: 1-7 lemos o seguinte: O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de babilônia. Então o rei Nabucodonosor mandou reunir os príncipes, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os capitães, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado. Então se reuniram os príncipes, os prefeitos e governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, e todos os oficiais das províncias, à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado. E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas:

Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado. E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente. Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.

O cenário

A campina de Dura estava repleta de autoridades vindas de todos os lugares do império babilônico. A intenção de Nabucodonosor era espalhar a adoração àquela imagem pelo máximo de lugares possível e por isso convidou todas as autoridades do império. Por algum motivo que desconhecemos o profeta Daniel não estava naquele lugar, mas seus três fiéis amigos, Sadraque, Mesaque e Abednego, foram convidados. Satanás sempre enviará convites para que os fiéis filhos de Deus façam coisas más.

Logo que chegaram àquela campina todos puderam contemplar a magnífica escultura de aproximadamente trinta metros de altura e três de largura erigida por Nabucodonosor. Se prestarmos atenção no relato bíblico, perceberemos que por várias vezes é repetida a expressão “que o rei Nabucodonosor tem levantado”. Aquela estátua fora estabelecida para exaltar o nome de Nabucodonosor em direta oposição ao nome do Deus verdadeiro, o qual havia dado o sonho da imagem algum tempo antes para o rei. Além disso, o império babilônico também estava mostrando para todos, o quão rico e poderoso era. Ao invés de apenas a cabeça de ouro (como mostrado no sonho do capítulo dois), toda a estátua era de ouro puro, um recado de que a babilônia seria eterna.

Uma grande orquestra foi organizada e a ordem era que todos ao ouvirem o som dos instrumentos deveriam curvar-se e adorá-la. Seria uma grande festa de blasfêmia ao nome de Deus. O arauto avisou que a pena para quem não obedecesse seria a fornalha ardente. Mas nem todos os convidados estavam dispostos a obedecer à ordem do rei.

A Cena

A orquestra tocou, chegara o momento de todos adorarem a estátua que tinha sido esculpida. Imagine a pressão de grupo que os três hebreus sofreram. Milhares se ajoelhando, será que apenas os três seriam os diferentes?

Aquele era um momento onde eles poderiam ter tomado algumas atitudes para fugir daquela situação constrangedora. Eles poderiam ter disfarçado e dado um jeito de fingir que estavam ajoelhados apenas por um momento. Eles poderiam ter racionalizado: “Deus conhece meu coração, sabe que estou me ajoelhando, mas não é para adorar a estátua” ou “vou procurar um lugar onde ninguém me conhece, me ajoelho e depois peço perdão a Deus, Ele sempre perdoa mesmo...” ou ainda “Deus não quer que eu morra, então vou apenas me abaixar para não me expor ao perigo”.

Nenhuma dessas justificativas foi usada. Aqueles três jovens não tinham medo de serem os diferentes. Aliás, eles devem ter ficado em pé, com o peito estufado, mostrando exatamente a quem eles pertenciam.

Logo a notícia de que os três jovens hebreus não tinham se prostrado chegou aos ouvidos de Nabucodonosor, provavelmente levada por um grupo de invejosos que não suportavam o sucesso notório que aqueles jovens tinham desde que chegaram como escravos nas terras babilônicas.

Neste momento algo estranho aconteceu. O rei havia dito que “qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente. (Daniel 3:6)”. Mas não foi o que aconteceu. O rei ofereceu uma segunda chance para os três. Provavelmente porque aqueles jovens faziam parte do grupo dos mais inteligentes e eficientes dos seus funcionários, Nabucodonosor havia descoberto isso ainda no início da história dos hebreus como cativos babilônicos (Daniel 1:20) e não os queria perder.

O rei ofereceu uma segunda chance de os jovens se ajoelharem e escutou uma das mais lindas declarações de fé contidas na Bíblia: “Ó Nabucodonosor, quanto a isso não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e de tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantastes” (v. 16-18).

Que resposta magnífica! Aqueles rapazes não eram fiéis a Deus por estarem interessados em ganhar algo em troca. Diferentes de alguns cristãos, se Deus os abençoasse eles seriam fiéis, mas se, por acaso, Deus resolvesse não derramar nenhuma benção sobre eles, continuariam sendo fiéis ao Senhor. Isso é fé! Nossa fidelidade não deve estar condicionada a coisas que Deus fará por nós, mas àquilo que Deus já fez por nós na cruz do calvário. Para eles era mais importante o compromisso com Deus que a própria vida. Eles não negariam o nome de Deus ao se prostrarem diante da estátua.

Em nosso falho julgamento, diante de tanta fidelidade, o livramento da fornalha seria a melhor recompensa, não? Se nós fossemos os escritores dessa história talvez neste momento desceriam poderosos anjos do céu e livrariam aqueles jovens da fornalha, mas isso não aconteceu e os três foram jogados em uma fornalha sete vezes mais aquecida, tão mortal que os homens que os lançaram não suportaram a temperatura.

As “estátuas” mudam.

Ao longo da história da humanidade sempre existiram “estátuas” diante das quais o inimigo de Deus tentou os fiéis a se prostrarem, basta seguirmos um pouco na linha do tempo e as descobriremos.

Os apóstolos, por exemplo, foram tentados a renunciar a sua fé para pouparem suas vidas. Mas firmemente preferiram morrer das piores mortes a negar a Cristo. Dos apóstolos, apenas João morreu naturalmente, mesmo assim por ter escapado de um caldeirão de óleo fervente.

Se avançarmos um pouco mais na história encontraremos novas histórias de fiéis que não se prostraram às “estátuas” do mundo.

Sob o julgo do imperador Marco Aurélio (162 d.C) muitas pessoas foram martirizadas por sua fidelidade a Cristo. “As crueldades executadas nestas perseguições foram de tal calibre que muitos dos espectadores estremeciam de horror ao vê-las, e ficavam atônitos diante da coragem dos que a sofriam. Alguns dos mártires eram obrigados a passar, com os pés já feridos, sobre espinhos, cravos, conchas afiadas, etc. Outros eram açoitados até que seus tendões e veias ficassem expostos, e, depois de haverem sofrido os mais atrozes tormentos já inventados, eram mortos das maneiras mais terríveis” (John Fox. O Livro dos Mártires, 11).

Outro relato impressionante é o que encontramos na seguinte carta do ano 112 d.C.: “Nesse ínterim, segui os seguintes procedimentos com relação aos que se me apresentam como cristãos. Perguntei-lhes, pessoalmente se eram cristãos. Aos que confessavam, perguntei-lhes duas, três vezes. Os que não voltaram atrás foram executados. Qualquer que fosse o sentido da sua fé, sabia que sua pertinácia e obstinação tinham de ser punidos. Outros, possuidores da cidadania romana, mantiveram-se na loucura e foram enviados para julgamento em Roma. Os que negavam serem, ou terem sido cristãos, se evocassem os deuses, segundo a fórmula que lhes ditava, e se sacrificassem, com incenso e vinho, diante da sua imagem, que trazia comigo para tanto, juntamente com estátuas de outras divindades; se, além disso, blasfemassem Cristo – atitudes que, diz-se, não são possíveis de obter de verdadeiros cristãos –considerei apropriado liberar [...]A questão pareceu-me digna da sua atenção, em particular devido ao número de envolvidos. Há muita gente, de toda idade, condição social, de ambos os sexos, que estão ou estarão em perigo. Não apenas nas cidades, como nos vilarejos e no campo, expande-se o contágio dessa superstição. Parece-me, entretanto, que se possa delimitá-la e corrigi-la. (Carta de Plínio ao Imperador Trajano, 112 d.C.)

Um pouco mais a frente na linha do tempo encontraremos os mártires do período da reforma protestante, homens e mulheres que preferiram a morte a negar a Jesus. Uma dessas histórias é a de Jerônimo de Praga em 1415. Quando o seu carrasco fez menção de por fogo atrás dele, ouviu: “Venham aqui e ateiem o fogo diante do meu rosto; se houvesse temido as chamas, não teria vindo a este lugar”. Que coragem! Que fé! Mas a história continua.


Hoje: “Estátuas” diferentes, fidelidade igual.

Hoje as “estátuas” mudaram, mas a fidelidade dos servos de Deus deve continuar a mesma. No entanto quando comparamos as histórias das opressões sofridas pelos cristãos do passado e as nossas, percebemos o quão pequenas são as provas pelas quais passamos em nome da fidelidade a Deus.

Em um futuro bem próximo, novamente a vida dos cristãos será ameaçada por causa do evangelho. Mas hoje, no Brasil, dificilmente seremos ameaçados de morte por causa de nossa fé.

O que entristece é que mesmo assim muitas pessoas negam o nome de Cristo. Enquanto nossos irmãos do passado enfrentavam fogueiras para não negar o nome de Cristo, muitos hoje O negam por muito menos que uma fogueira.

Alguns se deparam com a “estátua” da pressão dos amigos e se curvam diante dela. Outros diante da “estátua” da pressão da família negam a fé em Cristo. Às vezes é diante da “estátua” da liberação sexual que muitos jovens e adultos cristãos tem se prostrado. Talvez a “estátua” da perda de um emprego por causa do sábado seja o motivo da prostração espiritual de alguns. Estes são apenas alguns exemplos de como nós hoje negamos a Cristo por muito menos que tortura física ou qualquer outro dano que possamos sofrer.

A esta altura devemos nos perguntar: o que dava tanta força para os mártires enfrentarem aquelas situações?

Para responder esta pergunta voltaremos ao episódio da campina de Dura. A história bíblica conta que os três foram jogados na fornalha e naquele momento algo extraordinário aconteceu. “Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei. Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus. Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo. E reuniram-se os príncipes, os capitães, os governadores e os conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles”(Daniel 3:24-27).

Esse era o segredo da fidelidade de todos os cristãos ao longo da história. Quando vamos para o fogo por causa da fidelidade a Deus, Jesus estará no fogo conosco e apenas o que nos prende será queimado. Não precisamos temer, com a força que Cristo nos dá, devemos ser fiéis e das consequências Ele cuida. Mesmo que tenhamos que enfrentar o fogo, Jesus estará conosco lá e se, por acaso, a morte for o preço, a ressurreição está garantida e a vida eterna será o nosso presente.

“Aquele que andou com os hebreus valorosos na fornalha ardente, estará com os Seus seguidores em qualquer lugar. Sua constante presença confortará e sustentará. Em meio do tempo de angústia - angústia como nunca houve desde que houve nação - Seus escolhidos ficarão firmes. Satanás com todas as forças do mal não pode destruir o mais fraco dos santos de Deus. Anjos magníficos em poder os protegerão, e em favor deles Jeová Se revelará como "Deus dos deuses" (Dan. 2:47), capaz de salvar perfeitamente os que nEle puseram a sua confiança”(Profetas e Reis, 513).

Jesus está olhando para sua igreja hoje e procurando os seus fiéis do século XXI. Será você um dos que Ele encontrará? Se entregue a Jesus e você receberá a força que não tem para ser um fiel cristão.