sábado, 7 de janeiro de 2012


Aplica-te à Leitura

“A mente que se abre para novas ideias nunca mais retorna para o tamanho original” (Albert Einstein). Podemos usar diversos meios para ter acesso a novas ideias, mas, sem dúvida, a prática da leitura é um dos meios mais eficazes.


Na primeira carta que escreveu a Timóteo, no capítulo 4:6, 16, Paulo apresentou diversos conselhos a um jovem pastor. Mais especificamente, a partir do versículo 12, são apresentadas mensagens aos jovens. “Não despreze a tua mocidade”, é o conselho geral, e depois Paulo detalha como o jovem pode seguir essa ordem. Um dos conselhos é: “Aplica-te

à leitura.” Obviamente, o apóstolo se referiu à leitura do Antigo Testamento. No entanto, o conselho dele pode ser aplicado a um contexto mais amplo. Todos os cristãos precisam desenvolver gosto pela leitura, uma vez que a religião que professam se baseia num livro muito especial. Muitas pessoas gostam de ler outras obras, mas não leem a Bíblia. Ellen G. White pondera: “A Bíblia é o melhor livro do mundo para comunicar cultura intelectual. Seu

estudo ativa a mente, robustece a memória e aguça o intelecto mais do que o estudo de quantas matérias abrange a filosofia humana. Os grandes temas que ela apresenta, a digna simplicidade com que esses temas são tratados, a luz derramada sobre os grandes problemas da vida, comunicam força e vigor ao entendimento” (Obreiros Evangélicos, p. 100). Não basta ler, é preciso selecionar com muito critério aquilo que lemos. Há muita literatura no mercado que se propõe ser cristã, mas está recheada de conceitos que se opõem ao que a Bíblia apresenta. Por exemplo: conceitos espiritualistas. As Escrituras Sagradas devem servir de parâmetro para outras leituras. O apóstolo Paulo estabeleceu um princípio: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há, e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).



Ampliando o conselho



Se parássemos a discussão neste ponto, estaríamos desprezando outros aspectos importantes do assunto. O cristão não deve restringir-se à leitura da Bíblia. O profeta Daniel e seus três amigos são um bom exemplo de pessoas que tinham profundo conhecimento bíblico, mas não pararam aí. A Bíblia diz que eles estavam entre os “instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento”; “em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino” (Dn 1:4, 20). Os jovens hebreus se dedicaram também ao estudo de outros temas, além dos bíblicos. Assim como os jovens hebreus cativos em Babilônia, devemos nos dedicar ao estudo da ciência, filosofia e outros assuntos. É verdade que a vida moderna é cheia de compromissos; mas, se nos organizarmos e aproveitarmos os pequenos momentos de folga, conseguiremos ler muito mais. Ellen G. White aconselha: “Do justo emprego do tempo depende nosso êxito no conhecimento e cultura mental. A cultura do intelecto não precisa ser tolhida por pobreza, origem humilde nem circunstâncias desfavoráveis, contanto que se aproveitem os momentos. Alguns momentos aqui e outros

ali, que poderiam ser dissipados em conversas inúteis; as horas matutinas tantas vezes desperdiçadas no leito; o tempo gasto em viagens (de bonde ou trem); ou em espera (na estação); os minutos de espera pelas refeições, espera pelos que são impontuais – se se tivesse um livro à mão, e estes retalhos de tempo fossem empregados estudando, lendo ou meditando, o que poderia ser conseguido! O propósito resoluto, a aplicação persistente e cautelosa economia de tempo, habilitarão os homens para adquirir conhecimento e disciplina mental que os qualificarão para quase qualquer posição de influência e utilidade” (Parábolas de Jesus, p. 343, 344). O cristão deve ser um exemplo de pessoa aplicada à leitura e aos estudos. Deus promete que nos ajudará a desenvolver a capacidade intelectual, mas Ele não fará por nós aquilo que está ao nosso alcance. Portanto, cabe-nos aceitar o conselho de Paulo: “Aplica-te à leitura.”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Caminho para Cristo

Felippe Amorim


“Todos os caminhos levam a Roma”. Esta era uma expressão bastante utilizada durante a antiguidade para expressar o recorrente sentimento de que Roma imperial era o centro do mundo. Na prática funcionava um pouco diferente. Nem todas as estradas conduziriam à cidade das sete colinas.

Algo semelhante acontece com o caminho que leva a Cristo. Alguns acreditam que qualquer caminho pode nos levar ao Criador e por isso estão pouco interessados no que a Bíblia diz a respeito da vereda dos justos.

Assim como em Roma, nem todos os caminhos levam a Cristo. Existem muitas religiões no mundo, mas não podemos afirmar que todas elas conduzem as pessoas à salvação.

Na Bíblia encontramos um grupo de homens que estavam buscando encontrar Jesus e se colocaram em um caminho que os conduziu ao Salvador. A Bíblia registra assim a história destes homens.

Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois, do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém; e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo. Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera; e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.

Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra (Mateus 2:1-11)

Os magos se propuseram a buscar Jesus e o encontraram. Esta é uma história de sucesso na busca pela salvação.

O texto começa com uma informação muito importante, a mais importante deste trecho: “Jesus nasceu”. Esta é a informação mais importante porque o nascimento de Jesus representa o nascimento do único meio de salvação para a humanidade, da única possibilidade de felicidade verdadeira para os homens, da única solução real para os problemas humanos, da única esperança de restauração para este planeta. O nascimento de Cristo deveria ser lembrado mais vezes além do dia 25 de dezembro (quando ele é lembrado nesta data).

Como cumprimento perfeito das profecias messiânicas do antigo testamento, o Senhor nasceu em Belém da Judeia. Aquela era, sem dúvida, uma cidade de boas recordações para os judeus. Foi nela que Rute viveu sua linda história de amor a Deus e ao próximo, foi lá que Davi apascentou as suas ovelhas e Samuel o ungiu rei de Israel. Nessa pequena cidade foi que os magos conseguiram encontrar Jesus.

Considerando o sucesso da busca daqueles homens devemos perguntar: Quais as atitudes dos magos que os levaram a Jesus e o que eles fizeram quando O encontraram?


Os magos



É muito útil considerarmos previamente algumas coisas a respeito dos magos. Primeiramente precisamos enfatizar que o tradicional número de três magos é uma tradição que surgiu por causa da quantidade de presentes que foram dados a Jesus. Presume-se que por terem sido três presentes, então eram três magos. Na Bíblia não há nada que comprove a quantidade de magos que chegaram a Jesus naquele dia. Uma antiga lenda judaica nomeia os magos como Gaspar, Baltasar, Melchior. Mas todas estas informações carecem de bases históricas e bíblicas. Contudo, não é importante para o sentido teológico da história se eram três magos ou não.

Quando nossos ouvidos modernos ouvem a palavra “mago”, logo nosso cérebro nos remete aos mágicos, bruxos e coisas do gênero que a mídia nos apresenta hoje. Os magos de Mateus capítulo dois, no entanto, não eram assim. Eles eram homens educados, de alta linhagem, ricos e influentes em sua sociedade. Poderiam ser classificados como filósofos, homens de profundo conhecimento da ciência. Ellen White completa essa descrição afirmando que eles “não são idólatras, e aos olhos de Deus ocupam lugar muito acima desses” (Desejado de Todas as Nações, 61).

Se pensarmos um pouco nesta descrição, nos depararemos com homens que tinham tudo o que o dinheiro poderia comprar. Além disso, eram famosos e respeitados em sua sociedade e ocupavam os altos cargos políticos em sua sociedade. Tinham tudo materialmente, mas ainda buscavam o essencial. Buscavam encontrar Jesus.

Infelizmente, hoje encontramos muitas pessoas que são o contrário dos magos. Acham que se conseguirem fama, dinheiro, boa posição social, serão felizes. Mas quando conseguem estas coisas descobrem que nada disso preenche o vazio que existe no coração. Nada terreno preenche o vazio do nosso coração, porque ele tem o formato e o tamanho exatos de Jesus.

Na busca por Jesus os magos tiveram algumas atitudes. Se nós as tomarmos também encontraremos o nosso salvador.


Primeira: Estudo diligente da Bíblia


Os magos tinham um profundo interesse de encontrar o Messias. Para encontra-lo foram à única fonte segura de informações sobre Cristo: As Escrituras Sagradas. O interesse pelas Escrituras marcaram o início da caminhada dos homens do oriente em busca do salvador.

Viram os magos uma luz misteriosa nos céus, naquela noite em que a glória de Deus inundara as colinas de Belém. Ao dissipar-se a luz, surgiu uma luminosa estrela que permaneceu no céu. Não era uma estrela fixa, nem um planeta, e o fenômeno despertou o mais vivo interesse. Aquela estrela era um longínquo grupo de anjos resplandecentes, mas isso os sábios ignoravam. Tiveram, todavia, a impressão de que aquela estrela tinha para eles significado especial. Consultaram sacerdotes e filósofos, e examinaram os rolos dos antigos registros. A profecia de Balaão declarara: "Uma Estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel." Núm. 24:17. Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido? Os magos acolheram com agrado a luz da verdade enviada pelo Céu; agora era sobre eles derramada em mais luminosos raios. Foram instruídos em sonhos a ir em busca do recém-nascido Príncipe. (Desejado de Todas as Nações, 60)

Aqueles homens não eram os depositários, escolhidos por Deus, das Sagradas Escrituras. Mesmo assim quando começaram a mergulhar no estudo das palavras sagradas foram auxiliados por Deus em sua compreensão. Como diz Ellen White: “Anjos, porém, acham-se em redor dos que estão desejosos de serem ensinados nas coisas divinas; e no tempo de grande necessidade lhes trarão à lembrança as mesmas verdades de que necessitam”. (Grande Conflito, 600)

Não importa quem somos. Ricos, pobres, cultos ou incultos, se estudarmos a Bíblia Deus providenciará meios de a compreendermos.


 
Segunda: Obedeceram



Imagine a seguinte situação: os magos estudaram profundamente as profecias, descobriram que o Messias deveria nascer naquele período e descobriram onde ele deveria nascer. Porém, depois de tudo isso, resolveram não sair de suas casas para encontrar Jesus. Adiantaria alguma coisa todo o conhecimento que eles adquiriram? Definitivamente, não.

Apenas conhecimento sem prática não é suficiente para a vida cristã. Há muitas pessoas que conhecem bastante da Bíblia, mas esse conhecimento não se efetiva na prática. Essas pessoas pensam que apenas “crer” em Jesus e em sua palavra as faz cristãs. Jesus espera de nós mais que uma mera crença que não passa de assentimento intelectual.

O apóstolo Tiago fala algo muito duro a este respeito: Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o creem, e estremecem (Tiago 2:19). Crer em Jesus sem que isso se reflita em uma prática de obediência à sua palavra não nos faz melhores que qualquer demônio. O próprio Tiago completa: Mas queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é morta? (Tiago 2:20)

Os magos nos deram um excelente exemplo de obediência. Logo após descobrirem as verdades bíblicas e a vontade de Deus para sua vida, eles partiram para a ação.

Não foi fácil, muito menos cômodo, para os magos obedecerem a Deus. Para que alguém fosse considerado do Oriente (como eram os magos), teria que morar no mínimo a 650 km de Jerusalém. Esta era a menor distância entre Jerusalém e a primeira região considerada como Oriente.

Portanto, no mínimo, aqueles homens viajaram 650 km para poderem encontrar Jesus. Eles não mediram esforços para obedecer às ordens do Senhor.

Infelizmente, algumas pessoas impõem limites em sua relação com Jesus. Querem ser cristãs, contanto que Jesus não modifique sua alimentação, querem frequentar a igreja, mas não admitem que Jesus diga o que elas devem ou o que não devem vestir. Querem carregar o título de cristãs, mas não querem carregar a cruz de cada cristão. São pessoas que, diferentemente dos magos, não obedecem a Deus sem medir as consequências. Se sofrerem qualquer prejuízo, abandonam a fé. Esquecem o que Jesus disse: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me (Mateus 16:24).


Terceira: Atenção aos sinais



Os magos são bons exemplos para os cristãos de hoje. Eles estavam atentos aos sinais bíblicos que se manifestavam em sua época.

Ao estudarem as escrituras perceberam que viviam na época do nascimento do Messias, então, como bons observadores de sinais partiram para Jerusalém.

Se tivermos um pouco de atenção à história perceberemos algo estranho. Os magos sabiam que o nascimento do Messias se daria em Belém, mas eles se dirigiram primeiro a Jerusalém. Por que?

Aqueles homens sabiam que o menino que nasceria era chamado de rei dos judeus. As profecias apontavam-no como a salvação para aquele povo e também para os seus vizinhos. Por isso eles se dirigiram à Jerusalém esperando que a cidade estivesse em festa por causa do nascimento do Messias. Mas, qual não foi a sua decepção quando chegaram lá e perceberam que praticamente ninguém aguardava aquele evento. As pessoas estavam preocupadas demais com seus afazeres para perceberem que vivam em pleno tempo de cumprimento profético.

“Ansiosos, dirigem os passos para diante, esperando confiantemente que o nascimento do Messias fosse o jubiloso assunto de todas as bocas. São, porém, vãs suas pesquisas. Entretanto na santa cidade, dirigem-se ao templo. Para seu espanto, não encontram ninguém que parecesse saber do recém-nascido Rei. Suas perguntas não despertavam expressões de alegria, mas antes de surpresa e temor, não isentos de desprezo” (Desejado de Todas as Nações, 60).

Neste ponto encontramos um paralelo entre aquele tempo e nossos dias. Assim como o Messias estava para chegar no tempo dos magos, ele também está para chegar em nosso tempo. Assim como muitas pessoas estavam ocupadas demais para receber Jesus pela primeira vez, muitos hoje estão entretidos com sua vida e não percebem que estamos às portas da volta de Jesus. São pessoas que até sabem que Jesus voltará, mas não dão o devido valor a esta informação. Com essas pessoas acontecerá o mesmo que aconteceu na primeira vinda de Cristo. Quando perceberem será tarde demais.

Quando notaram a falta de interesse dos moradores de Jerusalém pelo nascimento do menino-Deus, os magos resolveram seguir viagem até Belém. Depois destes três passos eles encontraram a Jesus. As lições ainda não acabaram, o momento do encontro é muito significativo.


Encontrando o Rei



O que os magos fizeram no momento em que encontram Jesus é, sem dúvida, um modelo para nós. As ações que eles tiveram diante de Cristo devem ser imitadas por todos nós.

A primeira coisa que eles fizeram foi adorar. Eles reconheceram a soberania de Jesus. Eles adoraram porque sabiam que aquela criança era o próprio Deus encarnado.

Jesus precisa ser visto por nós não como um homem bom apenas, ou um sábio ou qualquer coisa parecida. Nós precisamos encará-lo como Deus e, portanto, soberano sobre nossa vida.

Como parte da adoração os magos ofertaram presentes para Jesus. Nos países do Oriente nunca se visitava um príncipe sem levar um presente. Naquela ocasião eles visitavam o príncipe da paz, o Rei dos reis e por isso levaram presentes, os melhores que eles podiam oferecer, incenso, mirra e ouro.

Foi nesse contexto que surgiu o costume natalino de trocar presentes. O céu havia enviado o maior presente que possuía. Em troca os magos deram o melhor que eles tinham. Não há como comparar os presentes, o que Deus enviou é eterno, nos proporciona salvação. O que os magos ofereceram é passageiro, mas cada um deu o que tinha de melhor.

Deus não espera o natal para enviar presentes para os seres humanos. Todos os dias o maior presente do céu, Jesus Cristo, está à nossa disposição.

Nós recebemos o presente que necessitávamos, a salvação. Agora é hora de retribuirmos o presente dando outro ao Senhor. Mas o que poderíamos dar a Jesus que ele já não fosse o dono?

O próprio Cristo fez o pedido do presente que Ele quer ganhar de nós. Ele pede hoje: “Filho meu, dá-me o teu coração; e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos” (prov. 23:26).

Nosso coração, como símbolo de nossa entrega total, eis o presente que Jesus quer ganhar de você todos os dias de sua vida.

Por que não dar o presente a Jesus agora mesmo? Faça isso e seja feliz de verdade.